segunda-feira, 29 de abril de 2013

O QUÊ SE PRETENDE COM A “TARIFA ZERO”


Recentemente foi colocada a bandeira de “tarifa zero” entre estudantes secundaristas como alternativa às históricas bandeiras defendidas pelo Comitê pelo Passe Livre, Redução da Tarifa e Estatização do Transporte Coletivo em Londrina.
Desde 2005, quando foi criado o Comitê, as bandeiras tem sido a defesa do passe livre para estudantes e desempregados, a redução da tarifa para R$ 1,35 e a estatização do transporte, bandeiras articulas entre si e se complementando num sistema de reivindicações com a finalidade de organizar a ação direta dos jovens e trabalhadores para alcançá-las. Em 2011, acrescentou-se a defesa do salario mínimo vital para enfrentar a deterioração das condições de vida dos trabalhadores e contemplar uma massa maior de oprimidos na organização do Comitê.
Foi com estas bandeiras que interviemos nas grandes ou pequenas ações de massas contra os aumentos das tarifas e também na defesa dos empregos de motoristas e cobradores nos últimos tempos. Estas reivindicações foram debatidas e discutidas inúmeras vezes pelo coletivo de militantes e referendados democraticamente. O comitê é uma frente de lutas em defesa destas bandeiras, e o que garantiu o seu funcionamento unitário é a democracia interna e as deliberações por voto da maioria. Por isso o surgimento da bandeira de tarifa zero, à margem do Comitê, expressa uma postura divisionista.
Na formulação dessa bandeira alguns simplesmente defendem uma proposta que beneficia aos capitalistas do transporte, pois a tarifa zero terá que ser subsidiada pelo Estado, garantindo antecipadamente dessa forma um lucro seguro aos tubarões do transporte. Da mesma forma que hoje o sistema único de saúde, por exemplo, garante o lucro de hospitais e laboratórios conveniados com o SUS.
Outros imaginam um serviço público administrado pela prefeitura, sem, contudo definir como os ônibus e oficinas passarão às mãos do governo. Mas, quando propõem o complemento de se cobrar impostos sobre as fortunas para financiar a tarifa zero admitem, implicitamente, que irão indenizar os capitalistas ou então subsidiá-los.
No lugar disso o Comitê defende a histórica bandeira do movimento estudantil de passe livre para estudantes, mas junto com a redução da tarifa de modo a não jogar sobre as costas do conjunto que paga o custo do passe livre, como é feito hoje. Estas duas bandeiras se combinam com a luta pela estatização do transporte coletivo sem indenização e sob controle dos trabalhadores e usuários, indicando de saída que uma verdadeira solução não poderá ser alcançada pela concessão graciosa dos empresários e dos políticos. Ao contrario, a luta pela redução da tarifa e o passe livre se vincula à luta mais geral contra o capitalismo.
Por isso não podemos concordar com a tarifa zero, pois ela é um retrocesso na formulação de um programa para o movimento contra a exploração do transporte pelos capitalistas.
O Comitê pelo Passe Livre, Redução da Tarifa e Estatização do Transporte Coletivo nunca impediu a participação de ninguém e continua defendendo a mais ampla unidade contra a exploração capitalista do transporte.

MOÇÃO DE APOIO AOS LUTADORES DO BLOCO DE LUTA PELO TRANSPORTE EM PORTO ALEGRE



O Comitê pelo Passe Livre, Redução da Tarifa e Estatização do Transporte Coletivo de Londrina apóia a luta da juventude e trabalhadores nas ruas de Porto Alegre e repudia a ação repressiva da polícia – organismo do Estado Burguês – contra o movimento. A máfia do sistema de transporte é poderosa em todos os lugares. O aumento da tarifa do transporte é um de seus mecanismos para atacar a vida dos trabalhadores e dos estudantes, pois impede concretamente a realização de suas atividades, somente favorecendo o bolso dos grandes empresários, capitalistas do transporte, que lucram em cima das necessidades dos usuários. Prefeitos e vereadores colaboram com todo este esquema, recebendo verbas para moldar legislações em favor dos capitalistas, como o famoso esquema de “caixa 2” ocorrido em Londrina e em Porto alegre. Por isso as formas de resolver o problema do transporte jamais virão por meio de negociações com os empresários, leis da burguesia e etc. O comitê de Londrina defende a via da ação direta – greves, piquetes e manifestações para as conquistas das bandeiras pela estatização do transporte sem indenização ao empresário, passe livre para os estudantes e trabalhadores desempregados e a redução da tarifa. Somente a unidade dos lutadores oprimidos poderá derrubar a máfia do transporte. Que o bloco de lutas pelo transporte em Porto Alegre consiga unificar todas as forças e avançar na luta da estatização do transporte.
Viva a luta nas ruas de Porto Alegre!
Contra a repressão das manifestações pela polícia!

Londrina, 29 de abril de 2013
Comitê pelo Passe Livre, Redução da Tarifa e Estatização
do Transporte Coletivo

DEBATE SOBRE TRANSPORTE


O Comitê participará do debate sobre “Transporte público em Londrina”, promovido pelos estudantes de jornalismo da UEL. Estarão no debate também os representantes da CMTU, Metrolon (TCGL) e Sinttrol. Participe também!
Dia: 02 de maio de 2013, quinta-feira.
Local: Anfiteatro do CESA na UEL
Horário: 20h30min 


10 anos de movimento! participem das atividades!