quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Todos ao ato contra a crise, no dia 15!

Hoje o ato no terminal foi muito bom.
Fomos com a rádio Marola, fechamos momentaneamente o terminal para escrever as bandeiras do movimento no asfalto da saída do terminal. Houve boa cobertura da imprensa.

Agora vamos concentrar todos os esforços para o ato do dia 15 de agosto.
O tema que unifica as entidades que estão convocando é a "Resposta dos trabalhadores "a crise do capital". Para torná-lo mais compreensível e paupável estamos articulando as lutas concretas que se desenvolvem na região.
Nos encontraremos no sábado, às 9h30 no calçadão, em frente ao Banco do Brasil.
O MST de Porecatu estará presente.
Levem suas bandeiras, faixas, instrumentos musicais, latas e apitos!
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O ato é convocado por:
ADEVILON (Associação dos Deficientes Visuais de Londrina) - Centro de Estudos Políticos e Sociais Ernesto Che Guevara - Casa do Estudante da UEL - Comitê Pelo Passe Livre, Redução da Tarifa e Estatização do Transporte Coletivo, Coletivo da Luta não me retiro (UEL) - Corrente Proletária na Educação ∕ POR (Partido Operário Revolucionário) - DCE-UEL (Diretório Central dos Estudantes) - MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) - Pastoral da Juventude - PCB (Partido Comunista Brasileiro) - PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) - PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) - SINDPREVS (Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social).



Manifesto contra a crise
Resposta dos trabalhadores à crise do capital
Enfrentar a crise com organização e luta
A crise econômica avança destruindo postos de trabalho no mundo inteiro e aumentando a exploração e opressão sobre os trabalhadores e a juventude. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) prevê que até o fim de 2009 haverá 239 milhões de desempregados no mundo. No Brasil a crise também avança seja com demissões em massa ou com “acordos” que chantageiam os trabalhadores com a ameaça de ter que escolher entre a perda de direitos, redução de salários e contratos precários e a temida demissão. Não podemos, porém, ficar paralisados. A sobrevivência dos trabalhadores depende de sua capacidade de organização. Para isso, é necessário recuperar os sindicatos das mãos dos burocratas vendidos aos capitalistas e transformá-los no comando de organização dos explorados.
É preciso nos organizar a partir de nossas necessidades cotidianas, como transporte, moradia, educação, saúde e trabalho.
Há duas saídas para a crise: a dos patrões (da burguesia) que significa receber bilhões do Estado para salvar seus lucros, demitir e destruir “flexibilizar” direitos e aumentar a exploração e intensificar a repressão policial sobre a juventude, os pobres e os movimentos sociais. Este é o caminho que o governo de Lula está seguindo.
A outra saída só pode ser construída pela maioria oprimida:
- Não às demissões. Em defesa da escala móvel das horas de trabalho, que significa a divisão das horas disponíveis nacionalmente por todos aptos a trabalhar sem redução dos salários.
-Contra o salário mínimo de fome. Em defesa do salário mínimo vital (o necessário para a sobrevivência de uma família de quatro pessoas, que deve ser calculado em assembléias populares).
- Frente às fábricas que fecham ou demitem: Estatização sob controle dos Trabalhadores.
- Diante das desigualdades no campo: Expropriação dos latifúndios e a nacionalização das terras.
Nenhum direito a menos - ampliação dos direitos trabalhistas e sociais!

A Crise em Londrina
Os trabalhadores de Londrina também sofrem os efeitos da crise. Além do fechamento das fábricas como a Hussmann, há demissões e o temor de ser jogado no olho da rua faz com que trabalhadores aceitem baixos salários e condições precárias.
A realidade dos recicladores mostra toda a crueldade do capitalismo. Com a crise, o valor pago pelos materiais coletados caiu muito e há recicladores vivendo com R$ 100,00 mensais, trabalhando oito horas por dia, arriscando sua saúde e vida em meio ao lixo e ao trânsito.
Outra forma de atacar o bolso dos trabalhadores é o aumento da tarifa do transporte. Não podemos aceitar mais este abuso, pelo contrário, devemos exigir passe livre, redução da tarifa, estatização do transporte coletivo e a manutenção dos cobradores em todas as linhas e em todos os horários.
Somente com a unidade de empregados e desempregados, poderemos lutar por emprego para todos. Não podemos continuar aceitando contratos precários e terceirizações, que rebaixam os salários e oferecem serviços sem qualidade para a população. Exemplos não faltam: A prefeitura terceirizou a merenda, enquanto as crianças comem mal, a empresa SP alimentações engorda seus cofres; a limpeza dos espaços públicos, ruas, jardinagem, o programa Saúde da Família, até mesmo a segurança, tudo é mediado por empresas que ganham muito bem, mas não repassam isto nos serviços ou para seus empregados.
Não podemos nos esquecer que esta é a crise do capitalismo, e para enfrentá-la de verdade é preciso lutar pelo fim desta sociedade baseada na exploração e opressão e construir o socialismo.

A Gripe Suína e a Crise
A pandemia da Gripe suína, que se iniciou no México, passando pelos EUA está gerando pânico em todo mundo. Trata-se de mais uma manifestação a irracionalidade capitalista, cuja sede de lucros não respeita nenhum limite. O direito à saúde da população já é desigual. A maioria da população depende do sucateado sistema público, tem menos resistência pela alimentação precária e longas jornadas de trabalho. Os avanços científicos são apropriados pelo interesse mercadológico. Enquanto indústrias farmacêuticas como a Roche (Suíça) lucram bilhões, a população sofre com imensas filas de espera, falta de remédios e atendimento precário.
Questionamos: se as escolas estão com as aulas suspensas, para proteger os estudantes, a mesma proteção deveria ser destinada aos trabalhadores, incluindo os materiais para previnir a gripe suína, que devem ser bancados pelas empresas, como os equipamentos de segurança.
É importante lembrar que muitas pessoas continuam morrendo vítimas de doenças negligenciadas que poderiam ser evitadas como a cólera, tuberculose, dengue, malária, muitas nem possuem remédios, não interessam à indústria farmacêutica pois afetam diretamente a população pobre que não possui recursos para comprar remédios.
Devemos lutar por um sistema único de saúde, público e para todos e exigir que o governo Lula quebre a patente do remédio contra o vírus da gripe e distribua para a população.

Direito à educação: Contra a privatização, pela igualdade de acesso e permanência
A tendência do capitalismo é a destruição de todos os serviços públicos que, para gerarem lucro, devem ser transformados em mercadorias. A educação está sofrendo ataques privatistas, com a Reforma Universitária do Governo Lula, a cobrança de taxas nas universidades públicas e expansão desenfreada do sistema privado de ensino. Além de frear este processo, defendendo que a Educação seja encarada como um direito, portanto totalmente pública, devemos garantir que o direito constitucional de acesso e permanência a todos os níveis de ensino seja uma realidade. Para isto, é fundamental que haja passe livre para que todos os estudantes possam chegar a suas escolas, assim como alimentação, acessibilidade aos que possuem deficiências e moradia. Hoje, na UEL, os estudantes enfrentam a política da reitoria que reduz as vagas da moradia estudantil, inviabilizando que muitos concluam seus estudos. É preciso apoiar esta luta.

Contra a repressão!
Quem mora nas periferias de Londrina sente na pele a presença da repressão policial. São revistas humilhantes, agressões, torturas e até mesmo assassinatos. Casos como o de Jamys Smith, o carregador do CEASA assassinado por PMS em 2004 são demonstrações da brutalidade policial. Nesta linha de criminalização da pobreza e da juventude estão a militarização das escolas, com a patrulha escolar e projetos como o “toque de recolher” que restringem o direito de jovens usufruírem do livre trânsito e acesso a cultura e lazer. Não cabe ao poder público determinar estes limites.
Outro setor que sofre com a repressão inclui todos aqueles que se propõem a lutar por seus direitos (moradia, saúde, transporte, educação, trabalho) e que enfrentam processos judiciais, leis que limitam o direito a greves e a violência policial em manifestações. As inúmeras mortes de camponeses do Movimento de Trabalhadores Sem Terra denunciam que protestar, no Brasil, é tratado como crime. Em Londrina, militantes do Passe livre já foram presos e agredidos por panfletarem no terminal, e em 2003 um manifestante morreu atropelado em uma ação criminosa da polícia militar. São comuns também os processos contra estudantes universitários, demonstrando a perseguição política e autoritarismo presentes na reitoria de Wilmar Marçal.
Os meios de comunicação de massa sempre tentam apresentar os movimentos como baderneiros e criminosos, legitimando a repressão. A população não pode se deixar enganar. Defendemos a organização popular em defesa dos direitos democráticos de liberdade de manifestação e organização. É necessário haver uma resposta unificada da juventude e trabalhadores contra este processo.
Nossos métodos
Para conquistarmos nossas reivindicações e lutarmos pelo fim desta sociedade baseada na exploração e opressão, nós, trabalhadores, devemos acreditar em nossas próprias forças. Afinal, somos a maioria da população e somos os que realmente produzem as riquezas no país.
Não defendemos as ilusões de que o parlamento irá resolver os problemas do povo, pelo contrário, o Estado está justamente nas mãos da burguesia, com suas quadrilhas que se matam entre si para ficar embolsar as riqueza produzidas pela maioria da população.
No plano nacional não faltam escândalos, todos que passam pela presidência levam sua parte: a roubalheira de Collor; as privatizações de FHC; o mensalão de Lula. O Senado está com todo seu funcionamento exposto, não faltam denúncias contra Sarney, mas como todos têm o rabo preso, não há nenhuma punição, inclusive Lula está protegendo o velho coronel.
Em Londrina também podemos demonstrar que não será da prefeitura, e muito menos da câmara, que sairão as soluções para o desemprego, saúde, educação, moradia e transporte. Quem não se lembra do mensalinho da Grande Londrina pago aos vereadores? E do escândalo da Shirogohan? Do caixa 2 das campanhas? O Barbosa já está sendo investidago também. Se voltarmos à gestão de Bellinati, então, os exemplos são incontáveis. Ou seja, estes não são casos isolados que serão resolvidos trocando os políticos ou fazendo campanhas de moralidade. A corrupção é parte do sistema capitalista. Só acabará com o fim deste. Por isso não podemos confiar que os próprios corruptos irão se punir nas CPIs ou que o parlamento irá resolver as necessidades da população.
Ou seja, confiar nas nossas próprias forças siginifica se organizar, acreditar na ação direta e nos métodos de luta como: greves, ocupações de fábrica, piquetes, passeatas, etc. É fundamental fortalecer os movimentos sociais e recuperar os sindicatos para os interesses dos trabalhadores, que devem poder se expressar livremente nas assembléias.

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